Angélica Rizzi

Branco Preto Pés descalços Bacia onde mergulha um peixe-espada fatias de rosbife, margaridas Margarina Um disco do Lobão. Águias sobrevoam As cabeças Hare Krishna Hare hare Hare om Nuvens de fiapos Colam no seu corpo Axilas que exalam Querosene Em Cariri. Bandas de São Paulo tocam Rolling Stones nos jardins. Meninas do Mosteiro Santa Bárbara Conversam sobre êxtase, água benta pênis, cotovelo Erica Jong com medo de voar a beleza de Sting. Os seus pés roçam nos meus dedos com formato de TV Os meus cabelos vagueiam Pelas suas costas Em meio as revistas, com mulheres, charutos e gibis. A sala incendeia quando Aquela nuvem de fiapos Se misturam aos teus pentelhos. Você diz que volta Mas seus pés tem outra direção Os meus dedos em formato de TV não te dão mais tesão. Finjo não ouvir A voz que sussurra e cala. Pôsteres de bombeiros seminus A voz de Nina nos ouvidos, e nos poros de Hemingway. A vida de Maria Madalena devastada pelos paparazzi Cássia Eller cantando em francês O céu em A